Processo Inflamatório (Alterações Vasculares e Mediação Química)


RESUMO

A inflamação pode ser definida como a reação do tecido vivo vascularizado à injúria local. Invertebrados sem sistema vascular, organismos unicelulares e parasitas pluricelulares têm suas próprias respostas aos estímulos externos danosos. A injúria representa um sem número de agressões de natureza diversa: química, física ou biológica. A resposta inflamatória às injúrias, apesar de complexa, manifesta-se de maneira essencialmente estereotipada, caracterizada basicamente pela reação de vasos sangüíneos, levando ao acúmulo de fluidos e células sangüíneas. Deve-se lembrar, entretanto, que em sua complexidade, em estímulos de média ou alta intensidade, o processo envolve o organismo como um todo, passando o sistema neuro-endócrino a exercer mecanismos modulatórios sobre o mesmo, ora inibindo ora facilitando o seu desenvolvimento. Nesse sentido, por exemplo, hormônios da córtex adrenal, especificamente os corticosteróides, atuam como antiinflamatórios, enquanto que a insulina, produzida pelas células α do pâncreas endócrino, desempenha papel facilitador, ou pró-inflamatório. O processo inflamatório, sob determinado ponto de vista, pode ser encarado como um mecanismo de defesa do organismo e, como tal, atua destruindo (fagocitose e anticorpos), diluindo (plasma extravasado) e isolando ou seqüestrando (malha de fibrina) o agente agressor, além de abrir caminho para os processos reparativos (cicatrização e regeneração) do tecido afetado. Entretanto, a inflamação pode ser potencialmente danosa, uma vez que em sua manifestação pode lesar o próprio organismo, às vezes de forma mais deletéria que o próprio agente injuriante, como ocorre por exemplo na artrite reumatóide do homem e em alguns tipos de pneumonia. Mas, a tendência da maioria dos estudiosos ao se referir a este processo concentra-se em exaltar suas ações benéficas e minimizar as indesejáveis.


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