Manejo Reprodutivo da Vaca Mestiça: Estado da Arte

RESUMO

A melhoria da eficiência reprodutiva deve ser uma das metas para se alcançar maior produtividade e rentabilidade de qualquer sistema de produção de leite adotado. A lucratividade dos sistemas de produção leiteira está diretamente relacionada com o período de serviço e com o intervalo de partos, uma vez que sua ampliação diminui o número de crias, a produção média de leite e quilogramas de bezerros por dia de vida útil da vaca, e esses são fatores mais importantes para a economia do sistema do que a produção total de leite na lactação. O melhor desempenho reprodutivo depende de animais que iniciam a vida reprodutiva e que tenham o primeiro parto a uma idade mais precoce, dentro dos limites fisiológicos que não comprometam seu desempenho futuro, e que reiniciem a atividade ovariana num curto período pós-parto. Assim, pode-se obter maior produção de leite e de crias durante a vida produtiva do animal. A maioria dos sistemas de produção de leite, implantados nas regiões tropicais, é caracterizada pela baixa produtividade por unidade animal e de superfície, e se baseiam, principalmente, na criação extensiva e no extrativismo por parte dos produtores. Na prática, não existe um sistema ideal de produção de leite que deva ser baseado nesta ou naquela raça específica. Um sistema pode produzir mais leite que outro, mas na maioria das vezes a um custo mais elevado (Madalena, 2002). O Brasil, na sua imensidão geográfica e na sua heterogeneidade de climas, disponibilidade de aguadas, regime pluviométrico e qualidade de solos, devem buscar adequação dos sistemas de exploração em função das diversidades regionais para que se possa viabilizar economicamente a atividade. Isso não quer dizer que, apesar de tipicamente tropical e com sistemas baseados em regimes de pastejo, o Brasil tenha que explorar, exclusivamente, um único tipo de gado leiteiro. No país existem microregiões favoráveis à produção com raças especializadas e que atingem índices tão bons quanto os observados em seus países de origem, desde que haja manejo adequado. Todavia, o rebanho brasileiro é composto predominantemente (74%) por animais mestiços Holandês x Zebu (Vilela, 2003) que, somados aos animais considerados não especializados (20%), atingem 94% do rebanho. Isto demonstra a importância social e econômica de vacas mestiças para o país, e sua exploração aparece como alternativa viável para diversos sistemas de produção que buscam redução no custo de produção a partir de animais mantidos em regime de pastejo (Ruas et al., 2008), visto que possuem características desejáveis que lhes conferem rusticidade, capacidade produtiva e adaptação às limitações prevalentes na maioria das fazendas, bem como por sua maior resistência e boa produtividade, o que não dispensa a necessidade de práticas adequadas de manejo e alimentação (Ferreira et al., 1996). Para Ruas et al. (2008) são necessários maiores estudos com vacas mestiças pelo fato que, rotineiramente, as pesquisas são realizadas em sistemas intensivos e com vacas especializadas, e cujos resultados são adaptados para vacas mestiças. Esta revisão discorre sobre alguns aspectos da fisiologia pós-parto e do manejo reprodutivo de vacas mestiças leiteiras.
Palavras-chave: vaca mestiça, Manejo reprodutivo.


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